V. Gaffney, S. Fitch e D. Smith
223 pp. | Council for British Archaeology; Research Report nº 160| 2009
O livro que desta volta apresentamos é um projecto interdisciplinar arredor das terras situadas no que agora é o Mar do Norte, mergulhadas pola suba do nível do mar depois da fim da última Glaciaçom. Como os capítulos som de três autores diferentes, e com diferentes foques, comentaremo-los por separado.
O capítulo primeiro trata das primeiras notícias sobre umha terra submergida no Mar do Norte. Entre outras: os restos de fragas que se submergem no mar, o Dogger Bank (um banco de pesca), o achado dum arpoem do Mesolítico por um pesqueiro.
As investigaçons de Grahame Clark nos anos 50 já relacionaram o Epipaleolítico britânico co Mar do Norte. As excavaçons em Peacock’s Farm achegaram por vez primeira umha estratigrafia que se podia remontar á fim da Glaciaçom, com restos de assentamentos nos níveis arqueológicos mais antigos que hoje estam por baixo do nível do mar.
Concluem co professor Bryony Coles, que reuniu nos 90 os dados de batimetria para fazer os primeiros mapas das terras submergidas. O resultado seriam quatro mapas sobre a evoluçom da terra que havia no Mar do Norte depois da Glaciaçom. Este território teria desde agora um nome: Doggerland.
Segundo capítulo: descobrimento do Mesolítico Britânico. O mesolítico é, tradicionalmente, umha época pouco conhecida em toda a Europa. Jacementos como Star Carr permitiram investigar a economia da assentamentos ao Neolítico, mas ha problemas na maneira de interpretar os assentamentos.
Terceiro capítulo: Mapping Doggerland. É umha breve explicaçom do interesse dos geólogos no Mar do Norte. O projecto de exploraçom do fundo marinho empregando os dados das prospecçons de petróleo e gás permitiu descobrir umha antiga rede fluvial e lacustre no fundo do Mar do Norte.
Capítulo quatro: reconstruir o clima e vegetaçom de Doggerland. Tem o defeito de que recorre sobre todo aos territórios arredor do mar, pola escasseza de análises de pólen do próprio Doggerland. O clima de Doggerland seria semelhante ao que existe na actualidade nas beiras do Mar do Norte. Ainda é mais difícil identificar as paisagens, polo que o capítulo apresenta umha reconstruçom hipotética dum área de soutos e claros mais que de fraga.
Capítulo cinco: começa pola fascinaçom que produzem os mundos perdidos, caso da Atlântida, e compara-se Doggerland com outros dous casos, Beringia (a terra desde a que se produziu o povoamento de América) e Sundaland (umha extensom semelhante à Índia entre Java, Sumatra e Borneo) e paralelismos coa situaçom actual.
O livro contem numerosas ilustraçons (mapas, debuxos e fotografias) a maioria em cor; a ediçom é excelente. Completa-se com um glossário, bibliografia e leituras recomendadas para cada capítulo e índice alfabético.
Em conjunto estamos diante de um livro excelente, com ilustraçons avondo sobre um tema pouco conhecido mas que nom deixa de ter interesse. Compre lembrar que as nossas rias foram vales na era glaciar.
ALBERTO LAGO VILLAVERDE